domingo, 23 de novembro de 2014

Notas sobre a “pobreza psicológica”




“Eu tenho horror a pobre” Caco Antibes (personagem)

Já dizia Caco Antibes, célebre personagem interpretado pelo ator Miguel Falabela (foto acima) entre os anos de 1996 e 2002, na série televisiva “Sai de Baixo”. Pois bem, essa frase tornou-se um grande meme na internet nos últimos anos associada a uma série de situações cotidianas criticadas pela classe média brasileira.
Preconceitos e humor à parte, o objetivo deste texto é fazer algumas observações a respeito da organização psicológica de determinados indivíduos em nossa sociedade. Recentemente um pesquisador norte-americano chamado Thomas Corley publicou seu livro “Rich Habits: The Daily Sucess Habits of Wealthy Individuals” a sua pesquisa, onde sintetiza 9 hábitos que distinguem pessoas ricas de pessoas pobres, chegando à interessantes resultados:

  1.       Ricos sempre tem objetivos de vida claros
  2.       Ricos tem uma agenda: Se organizam e sempre sabe o que deve ser feito hoje
  3.       Ricos não assistem Televisão
  4.       Ricos leem, não por simples prazer, mas por um objetivo específico
  5.       Ricos gostam muito de audioooks
  6.       Ricos trabalham mais do que o necessário
  7.       Ricos não acreditam em enriquecimento fácil ou em ficar ricos do dia para a noite
  8.       Ricos se preocupam com a sua saúde
  9.       Ricos tem uma melhor higiene bucal que a maioria das pessoas
Bom, eu poderia fazer vários comentários a respeito destes pontos, e poderia acrescentar outros mais ainda, mas o que eu gostaria de destaca é algo que eu sempre venho compartilhando: Pobreza não é uma condição financeira, mas uma condição psicológica. Ora, existem muitas coisas que podem definir a pobreza, nestes termos – condições financeiras, família disfuncional, déficit educacional, déficit no desenvolvimento individual, contexto social, área geográfica de nascimento, estimulação pobre ou atraso cognitivo, etc.
Situar a pobreza nestes termos é muito mais do que pensá-la como diferença ou inferioridade econômica. Pobreza é muito mais do que ter ou não ter dinheiro: Um grande exemplo disso é o homem que ganhou milhões de reais (dólares ou euros), mas que perdeu todo o dinheiro gastando-o indevidamente, com futilidades ou fazendo péssimos investimentos. Outro caso ainda é da pessoa que, ganhando uma boa herança, não soube administrá-la usando-a para desenvolver-se enquanto pessoa, mas gastando tudo com hábitos consumistas, e permanecendo com um modus operandi pobre. Ora, não se trata de elencar ou não as prioridades do dinheiro alheio, pois cada um sabe ou julga saber o que faz de seus dividendos, mas trata de refletir sobre a maneira como as pessoas administram as suas situações econômicas.
O que quero dizer ao final é que, a condição econômica de um homem pode estar mais ligada à seu psiquismo do que o imaginado pelo senso comum, e também que, muitas pessoas sem condições econômicas favoráveis, podem ser mais ricas do que muita gente endinheirada: Isso porque o que de fato enriquece uma pessoa é a cultura que ela porta e não o saldo de sua conta-bancária.
Mas fica também um conselho: Antes de tentar enriquecer-se ou aglomerar bens à sua conta, aprimore a sua cultura, pois é ela que de fato te dotará de condições para administrar qualquer avanço que você tenha em qualquer área de sua vida, seja ela financeira, profissional, emocional, familiar e etc., pois o homem bem sucedido não é aquele que muito tem, mas o que sabe administrar bem o que possui. E também nunca esquecer-se que, o melhor caminho para alcançar a “riqueza psicológica” nada mais é do que a educação de si mesmo.

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Sobre o autor


Murillo Rodrigues dos Santos, é psicólogo (CRP 09/9447) pela PUC Goiás (Brasil), com graduação sanduíche na Universidad Católica del Norte (Chile), mestrando em psicologia pela UFG (Brasil), com aperfeiçoamento profissional pela Brown University (Estados Unidos) e Fundación Botín (Espanha). É membro da Rede de Servidores Públicos Jovens da América Latina, e da Liga de Transformadores da Fundação Estudar. É Psicólogo Organizacional e Gerente de Recursos Humanos de um Grupo Comercial de Goiânia. Presidente da Rede Goiana de Psicologia.

Sobre a Rede Goiana de Psicologia

A Rede Goiana de Psicologia é uma organização estadual de coolaboração acadêmica e profissional, criada no ano de 2014 com o objetivo de fortalecer a nossa a psicologia enquanto ciência e profissão através de uma série de projetos. Quer saber mais sobre nós? Clique no link "sobre nós" no menu principal.

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