“Eu tenho horror a pobre” Caco Antibes (personagem)
Já
dizia Caco Antibes, célebre personagem interpretado pelo ator Miguel Falabela (foto acima) entre os anos de 1996 e 2002, na série televisiva “Sai de Baixo”. Pois bem,
essa frase tornou-se um grande meme na internet nos últimos anos associada a
uma série de situações cotidianas criticadas pela classe média brasileira.
Preconceitos e humor à parte, o
objetivo deste texto é fazer algumas observações a respeito da organização
psicológica de determinados indivíduos em nossa sociedade. Recentemente um
pesquisador norte-americano chamado Thomas Corley publicou seu livro “Rich
Habits: The Daily Sucess Habits of Wealthy Individuals” a sua pesquisa, onde
sintetiza 9 hábitos que distinguem pessoas ricas de pessoas pobres, chegando à
interessantes resultados:
- Ricos sempre tem objetivos de vida claros
- Ricos tem uma agenda: Se organizam e sempre sabe o que deve ser feito hoje
- Ricos não assistem Televisão
- Ricos leem, não por simples prazer, mas por um objetivo específico
- Ricos gostam muito de audioooks
- Ricos trabalham mais do que o necessário
- Ricos não acreditam em enriquecimento fácil ou em ficar ricos do dia para a noite
- Ricos se preocupam com a sua saúde
- Ricos tem uma melhor higiene bucal que a maioria das pessoas
Bom, eu poderia fazer vários
comentários a respeito destes pontos, e poderia acrescentar outros mais ainda,
mas o que eu gostaria de destaca é algo que eu sempre venho compartilhando: Pobreza não é uma condição financeira, mas
uma condição psicológica. Ora, existem muitas coisas que podem definir a
pobreza, nestes termos – condições financeiras, família disfuncional, déficit
educacional, déficit no desenvolvimento individual, contexto social, área
geográfica de nascimento, estimulação pobre ou atraso cognitivo, etc.
Situar a pobreza nestes termos é
muito mais do que pensá-la como diferença ou inferioridade econômica. Pobreza é
muito mais do que ter ou não ter dinheiro: Um grande exemplo disso é o homem
que ganhou milhões de reais (dólares ou euros), mas que perdeu todo o dinheiro
gastando-o indevidamente, com futilidades ou fazendo péssimos investimentos.
Outro caso ainda é da pessoa que, ganhando uma boa herança, não soube
administrá-la usando-a para desenvolver-se enquanto pessoa, mas gastando tudo
com hábitos consumistas, e permanecendo com um modus operandi pobre. Ora, não se trata de elencar ou não as
prioridades do dinheiro alheio, pois cada um sabe ou julga saber o que faz de
seus dividendos, mas trata de refletir sobre a maneira como as pessoas
administram as suas situações econômicas.
O que quero dizer ao final é que,
a condição econômica de um homem pode estar mais ligada à seu psiquismo do que
o imaginado pelo senso comum, e também que, muitas pessoas sem condições
econômicas favoráveis, podem ser mais ricas do que muita gente endinheirada:
Isso porque o que de fato enriquece uma pessoa é a cultura que ela porta e não
o saldo de sua conta-bancária.
Mas fica também um conselho:
Antes de tentar enriquecer-se ou aglomerar bens à sua conta, aprimore a sua
cultura, pois é ela que de fato te dotará de condições para administrar
qualquer avanço que você tenha em qualquer área de sua vida, seja ela
financeira, profissional, emocional, familiar e etc., pois o homem bem sucedido
não é aquele que muito tem, mas o que sabe administrar bem o que possui. E
também nunca esquecer-se que, o melhor caminho para alcançar a “riqueza
psicológica” nada mais é do que a educação de si mesmo.
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Sobre o autor
Murillo Rodrigues dos Santos, é psicólogo (CRP 09/9447) pela PUC
Goiás (Brasil), com graduação sanduíche na Universidad Católica del Norte
(Chile), mestrando em psicologia pela UFG (Brasil), com aperfeiçoamento
profissional pela Brown University (Estados Unidos) e Fundación Botín
(Espanha). É membro da Rede de Servidores Públicos Jovens da América Latina, e
da Liga de Transformadores da Fundação Estudar. É Psicólogo Organizacional e
Gerente de Recursos Humanos de um Grupo Comercial de Goiânia. Presidente da
Rede Goiana de Psicologia.
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