Essa é a pergunta de muitos
psicólogos recém-formados nas faculdades de Psicologia da terra do pequi. Mas
esta não é uma questão simples de ser resolvida, ou simplesmente uma indagação
desprovida de angústias: é uma preocupação de gente que tem um profundo desejo
de exercer o nobre ofício da psicoterapia, mas que não faz a mínima ideia de
como começar.
O psicólogo se forma, faz um bom
período de formação, com um primoroso estágio na sua abordagem teórica, é
aprovado em um custoso Trabalho de Conclusão de Curso, recebe uma excelente
orientação profissional, mas no final, ao desligar-se de sua faculdade se sente
“jogado às cobras”, afinal de contas, nada está terminando, senão apenas
começando!
É porque não é tão fácil assim
este processo, você não sai da universidade e já estão chovendo clientes em seu
consultório, ou fazendo filas para que você seja o terapeuta eleito para
auxiliar nos processos psicológicos de quem quer que seja. Por isto, além de te apresentar uma possibilidade de atuação prática, vamos eleger
algumas dificuldades presentes na dura caminhada de quem quer começar a
trilhar a clínica no Estado de Goiás, mas não sabe como fazê-lo, e tentar
apresentar uma possibilidade apresentando assim, uma reflexão para a resolução destes problemas.
1 - A primeira dificuldade, já
apontada neste texto é que ao sair da
universidade, você é mais um profissional desconhecido no mercado e precisa
começar a estabelecer a sua rede de relações profissionais. Mas como fazer
isso? Cada um vai eleger a sua possibilidade: uns com mais, outros com menos
sucesso. E esta fase é extremamente perigosa, pelo simples fato de que alguns
psicólogos acabam excedendo os limites éticos no marketing! Isso mesmo, já
vimos alguns exageros e inobservâncias que avançaram sobre o código de ética,
destroçando-o como se o mesmo nem ao menos tivesse chance de defesa – alguns
casos como de psicólogos que anunciavam seus serviços em sites de “compras
coletivas”, usando o valor dos serviços como atrativo para sua atividade
profissional, misturando atendimento clínico com jogo de tarô, com aconselhamento
bíblico, ou diversas outras coisas que “prostituem” a profissão. E isso
exemplifica uma questão: NÃO VALE TUDO PARA CONSEGUIR CLIENTES! Existem limites
éticos que devem ser seguidos.
2 - O segundo ponto é que psicólogos geralmente não sabem fazer marketing! Sim,
eles foram treinados para atender as pessoas com os mais diversos tipos de
demandas e simplesmente não sabem promover os seus serviços, observando a ética
profissional. Muitas vezes, quando fazem marketing, o fazem de uma maneira
vazia e que dificilmente dará um bom retorno profissional.
3 - A terceira dificuldade é que muitos psicólogos não sabem se organizar,
e por isso não aprenderão nunca a gerir um consultório! Sim, não possuem
capacidade de organizar agenda, documentação de pacientes e do consultório, não
sabem que precisam contribuir sindicalmente, declarar imposto de renda, imposto
sobre serviços, previdência social, além de várias outras questões
burocráticas.
4 - A quarta questão é existe uma burocracia enorme para abrir um
espaço para atendimento psicológico: você tem que encontrar um espaço que
atenda bem os clientes, que seja bem localizado, deve fazer as adaptações
exigidas pelo CRP, Vigilância Sanitária, Bombeiros, deve encontrar um bom
contador para abrir a sua pessoa jurídica, caso contrário terá que emitir,
pagar e enviar as taxas de uso de solo, registro em junta comercial, abertura
de CNPJ, vistoria de corpo de bombeiros, vistoria da vigilância sanitária,
inscrição municipal (às vezes inscrição estadual). Depois de tudo isso, aberta
a PJ, você deverá ter a sua inscrição ativa no CRP como psicólogo, e também
pagar a taxa de inscrição de Pessoa Jurídica no Conselho... Além de ser extremamente
demorado e trabalhoso, este processo é...
5 - ...Muito caro! Sim esta é outra dificuldade encontrada pelos
psicólogos: A financeira! Além de ter que pagar muitas taxas (que são caras),
terá que pagar aluguel de um local (caso não disponha de um), terá que pagar
taxas de condomínio (se for em edifício), terá que pagar água, luz, telefone,
custos com limpeza e manutenção, adaptações nas instalações físicas do
consultório, um valor mensal para um contador assinar pelos documentos de sua
empresa, além de ter que pagar uma secretária, caso a necessite. Isso contando
que você já tenha os móveis de seu consultório, que também exigem certo
investimento financeiro!
Se mesmo depois de tanta
dificuldade em burocracia e finanças você conseguir abrir o seu espaço, aí sim
é a hora de começar a buscar seus clientes, e você terá que lutar para não ter
prejuízo financeiro e não ser levado à falência nos três primeiros meses,
afinal de contas, o investimento feito financeira, emocional e
profissionalmente é muito grande, e se não houver uma boa administração, você
trabalhará operando em prejuízo mês após mês.
Estas são apenas algumas das
dificuldades encontradas para quem está tentando iniciar a prática da
psicologia clínica no Estado de Goiás, que infelizmente ainda é restrita a um
seleto grupo de psicólogos, cujo espaço é de difícil acesso.
Mas o que fazer diante disso? Ora, muitos profissionais adiam o
sonho tentando a sorte em outras áreas profissionais, e muitos destes,
infelizmente, desestimulados acabam por desistir do sonho de ser um
psicoterapeuta: Ou vão trabalhar na atuação no RH (área que absorve grande
parte dos profissionais em Goiás), ou lutam por vagas em concursos públicos,
para trabalhar em prefeituras de distintas cidades do interior do Estado, em
CAPS, Escolas, Atendimentos em Hospitais ou Equipes Multiprofissionais (muitas
vezes recebendo um salário bem abaixo do ideal para a profissão), ou mesmo
desistem e partem para outros campos do mercado.
Entendendo estas dificuldades do
mundo profissional para o psicólogo recém-formado, ou que mesmo já possuindo um
bom tempo de graduado queira iniciar as suas atividades na psicologia clínica,
é que a Rede projetou uma solução para esta situação, de modo a fortalecer
nossa categoria no Estado. Por isso, estamos dando a largada no projeto da
INCUBADORA DE CLÍNICAS, que tem como objetivo inserir o psicólogo no mercado de
trabalho, na área clínica, utilizando-se de nossa estrutura que está sendo
cuidadosamente construída para atender às necessidades de formação/atuação do
psicólogo goiano.
Quer conhecer o projeto? Clique aqui e saiba do que se trata.
O que queremos ressaltar com este
texto é que, não existe um caminho fácil de acesso ao trabalho na clínica, mas
que o mesmo depende única e exclusivamente do psicólogo, na medida em que este
encontra soluções criativas para a gestão de sua própria carreira. O que
queremos também com este texto é dizer que, mesmo diante de todas as
dificuldades do profissional em psicologia, vale à pena lutar pelos seus sonhos
e desejos, afinal de contas, é desafiando-nos dia após dia que nos tornaremos
aptos para desafiar também aos nossos futuros pacientes.
Um abraço e nossos votos de
sucesso!
Rede Goiana de Psicologia - Equipe
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Imagem: Extraída do Google Imagens
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