sábado, 25 de abril de 2015

Porque algumas crianças choram tanto?




Descartando as questões de fome e saúde, as crianças choram tanto pelo simples fato de que APRENDERAM A CHORAR COMO FORMA DE SE COMUNICAR! Em verdade, o choro é um componente inato do comportamento humano (ou seja, já nasce com a criança), mas ele passa a adquirir contornos sociais na medida em que a criança aprende que ele mobiliza os pais (ou responsáveis) para a satisfação de suas necessidades e desejos; ou seja, a criança entende que se ela chorar mobilizará as pessoas ao seu redor para a satisfação de suas necessidades.

É uma questão de reforçamento: se a criança chorar, e por conta de seu choro tiver as suas vontades satisfeitas, ela irá chorar sempre, de modo que o comportamento de chorar será fortalecido.

Os pais devem ter cuidado de verificar sempre a saúde da criança, se a mesma está alimentada, se está higienizada ou se não existe nenhum outro fator externo que esteja causando incômodo, esses também são motivos para os temíveis choros das crianças. Todavia os pais também não devem descartar a possibilidade de as mesmas estarem chorando como simples maneira de mobilizá-los para a satisfação de suas necessidades.

Uma coisa importante de lembrar é que as crianças ainda não aprenderam a clara estipulação de limites, então, muitas de suas vontades serão nada menos que a mais pura necessidade de manipular o mundo ao seu redor, pelo simples fato de não terem aprendido que elas não são o centro do universo.

Esta é uma etapa difícil na formação dos filhos, mas com muita paciência e calma ela pode ser superada, e os pais devem ficar atentos para perceberem se não estão sendo controlados pelas vontades irracionais dos filhos, lembrando que não é saudável atender a todas as vontades dos filhos em toda e qualquer hora. A criança deve aprender desde cedo de que existem limites para as suas vontades e que existem outras vontades (de outras pessoas) no mundo, e que estas não estão subordinadas às suas.

Neste sentido, o que os pais devem aprender é que, em um determinado momento da vida de seu filho, principalmente onde ele já começa a esboçar os primeiros balbucios, há maneiras de ensinar a criança de que existem outras formas de comunicação que não seja somente o choro. Esta pode ser a diferença entre criar um filho compreensivo e um filho intolerante.

Neste sentido, há muito mais da habilidade dos pais em serem educadore, desde o primeiro ano de vida, do que os mesmos podem imaginar: não devemos desprezar a capacidade das crianças de serem sujeitos que aprendem, ainda que na mais tenra idade.

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Imagem: Extraída do Google Imagens

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Sobre o autor

Murillo Rodrigues dos Santos, é psicólogo (CRP 09/9447) pela PUC Goiás (Brasil) com graduação sanduíche e formação em Terapia Sistêmico-Relacional de Casais e Famílias pela Universidad Católica del Norte (Chile). Possui aperfeiçoamento profissional pela Brown University (Estados Unidos) e pela Fundación Botín (Espanha). Mestrando em Psicologia pela Universidade Federal de Goiás (Brasil). Atualmente é pesquisador pela CAPES/MEC e presidente da Rede Goiana de Psicologia.

Sobre a Rede Goiana de Psicologia

A Rede Goiana de Psicologia é uma organização estadual de coolaboração acadêmica e profissional, criada no ano de 2014 com o objetivo de fortalecer a nossa a psicologia enquanto ciência e profissão através de uma série de projetos. Quer saber mais sobre nós? Clique no link "sobre nós" no menu principal.

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