quarta-feira, 29 de abril de 2015

Você sabe o que é Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade?




Muito conhecido atualmente, o número de diagnósticos de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) têm crescido de modo acelerado em crianças e adolescentes. Por isso, resolvemos falar um pouco sobre o que se trata e como se diagnostica, com o intuito de desmistificar diagnósticos errôneos que são feitos por muitos profissionais da área de saúde.

O TDAH se caracteriza por 3 sintomas principais: desatenção, impulsividade e hiperatividade. Segundo o DSM- IV (2002), os indícios de desatenção se caracterizam por:
  1. A criança/adolescente deixa de prestar atenção em detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares de trabalho ou outras;
  2. Tem dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas;
  3. Parece não escutar quando lhe dirigem a palavra;
  4. Não segue instruções e não termina seus deveres;
  5. Tem dificuldades para organizar tarefas e atividades;
  6. Evita, antipatiza ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam esforço constante;
  7. Perde as coisas necessárias;
  8. Distrai-se facilmente por estímulos alheios à tarefa;
  9. Apresenta esquecimento de atividades diárias
  10. Já os sintomas que demonstram hiperatividade-impulsividade se caracterizam por 
Hiperatividade:
  1. Agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira;
  2. Abandona sua cadeira em sala de aula ou em outras situações nas quais se espera que permaneça sentado;
  3. Corre em demasia em situações onde isso é inapropriado;
  4. Está a mil por hora ou, em muitas  vezes, age como se estivesse a todo vapor;
  5. Fala em demasia;

Impulsividade:
  1. Dá respostas precipitadas antes das perguntas terem sido finalizadas;
  2. Tem dificuldade para aguardar sua vez;
  3. Interrompe ou intromete em assuntos dos outros;
  4. Deve estar fazendo sempre alguma coisa ou se agitando.

É importante ressaltar que existem subtipos de TDAH: o subtipo predominante desatento, em que os sintomas de desatenção dominam o comportamento da criança ou adolescente, o subtipo predominante hiperativo/impulsivo onde os sintomas de hiperatividade e impulsividade caracterizam o comportamento da criança ou adolescente e o subtipo combinado, em que se caracteriza pela presença dos dois tipos de sintomas citados acima.

Geralmente, pais, responsáveis, familiares, professores e amigos quando leem essa tabela de sintomas, rapidamente diagnostica crianças ao seu redor: “fulano é desse jeitinho”, ou então: “cicrano tem esse transtorno, ele age dessa forma que está escrito”. O erro está aí: o diagnóstico de TDAH não é tão simples como está descrito nos sintomas acima.

Primeiramente, é preciso que um profissional capacitado faça uma avaliação da história de vida da criança/adolescente. Pois, esses comportamentos citados anteriormente podem ser decorrentes de conflitos familiares, ambientes escolares inadequados, dificuldades sociais da criança, perda de algum ente querido, entre muitos outros fatores.

Além disso, é preciso que o profissional observe algumas pistas peculiares que indicam a presença do transtorno, tais como: a duração dos sintomas de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade, a frequência, intensidade, persistência em vários locais e ao longo do tempo.

A criança ou adolescente que realmente tem TDAH carrega um prejuízo significativo em sua vida. Portanto, o profissional deve ter o entendimento do significado de cada sintoma, por exemplo, é fundamental verificar se a criança não obedece as instruções dadas por não conseguir prestar atenção no que está sendo dito ou se ela não tem interesse naquilo.

Desse modo, é preciso compreender que uma lista de sintomas sem uma avaliação bem conduzida não significa que a criança/adolescente tenha o transtorno. Pois, atualmente percebe-se uma “epidemia de TDAH’s”, onde as indústrias farmacêuticas inseridas em uma sociedade capitalista lucram às custas dos diagnósticos, que muitas vezes são rápidos e mal avaliados.

Assim, é de suma importância que os pais ou responsáveis procurem profissionais devidamente qualificados. Eles irão conduzir uma avaliação com cautela, que não colocará apenas rótulos nas pessoas para que elas o carreguem no resto de suas vidas.

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Imagem: Extraída do Google Imagens

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Sobre as autoras

Marina Magalhães David
Psicóloga (CRP 09/9789) pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (Brasil), com ênfase na formação em psicologia escolar. Possui formação em “ferramentas para pensar” pelo Programa Aprender a Pensar (uma instituição da PUC Goiás especializada em infância, adolescência, juventude e família). Cursa especialização em Psicologia Clínica pela Sociedade Goiana de Psicodrama (SOGEP). Atualmente é psicóloga infantil pelo Programa Desenvolver e Conselheira da Rede Goiana de Psicologia.




Manuella Garcia Resende de Deus
Psicóloga (CRP 09/9498) pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (Brasil), com ênfase em Psicologia Escolar. Atuou como estagiária no CEJA-Ensino de Jovens e Adultos e no IFG-Instituto Federal de Goiânia, trabalhando com psicologia escolar e educacional. Atualmente é Psicóloga Clínica do Programa Desenvolver e cursa especialização em Psicodrama Psicoterápico

Sobre a Rede Goiana de Psicologia

A Rede Goiana de Psicologia é uma organização estadual de coolaboração acadêmica e profissional, criada no ano de 2014 com o objetivo de fortalecer a nossa a psicologia enquanto ciência e profissão através de uma série de projetos. Quer saber mais sobre nós? Clique no link "sobre nós" no menu principal.

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