Muito conhecido atualmente, o número de diagnósticos de
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) têm crescido de modo
acelerado em crianças e adolescentes. Por isso, resolvemos falar um pouco sobre
o que se trata e como se diagnostica, com o intuito de desmistificar
diagnósticos errôneos que são feitos por muitos profissionais da área de saúde.
O TDAH se caracteriza por 3 sintomas principais: desatenção,
impulsividade e hiperatividade. Segundo o DSM- IV (2002), os indícios de desatenção se caracterizam por:
- A criança/adolescente deixa de prestar atenção em detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares de trabalho ou outras;
- Tem dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas;
- Parece não escutar quando lhe dirigem a palavra;
- Não segue instruções e não termina seus deveres;
- Tem dificuldades para organizar tarefas e atividades;
- Evita, antipatiza ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam esforço constante;
- Perde as coisas necessárias;
- Distrai-se facilmente por estímulos alheios à tarefa;
- Apresenta esquecimento de atividades diárias
- Já os sintomas que demonstram hiperatividade-impulsividade se caracterizam por
Hiperatividade:
- Agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira;
- Abandona sua cadeira em sala de aula ou em outras situações nas quais se espera que permaneça sentado;
- Corre em demasia em situações onde isso é inapropriado;
- Está a mil por hora ou, em muitas vezes, age como se estivesse a todo vapor;
- Fala em demasia;
Impulsividade:
- Dá respostas precipitadas antes das perguntas terem sido finalizadas;
- Tem dificuldade para aguardar sua vez;
- Interrompe ou intromete em assuntos dos outros;
- Deve estar fazendo sempre alguma coisa ou se agitando.
É importante ressaltar que existem subtipos de TDAH: o
subtipo predominante desatento, em que os sintomas de desatenção dominam o
comportamento da criança ou adolescente, o subtipo predominante hiperativo/impulsivo
onde os sintomas de hiperatividade e impulsividade caracterizam o comportamento
da criança ou adolescente e o subtipo combinado, em que se caracteriza pela
presença dos dois tipos de sintomas citados acima.
Geralmente, pais, responsáveis, familiares, professores e
amigos quando leem essa tabela de sintomas, rapidamente diagnostica crianças ao
seu redor: “fulano é desse jeitinho”, ou então: “cicrano tem esse transtorno,
ele age dessa forma que está escrito”. O erro está aí: o diagnóstico de TDAH
não é tão simples como está descrito nos sintomas acima.
Primeiramente, é preciso que um profissional capacitado faça
uma avaliação da história de vida da criança/adolescente. Pois, esses
comportamentos citados anteriormente podem ser decorrentes de conflitos
familiares, ambientes escolares inadequados, dificuldades sociais da criança,
perda de algum ente querido, entre muitos outros fatores.
Além disso, é preciso que o profissional observe algumas
pistas peculiares que indicam a presença do transtorno, tais como: a duração
dos sintomas de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade, a frequência,
intensidade, persistência em vários locais e ao longo do tempo.
A criança ou adolescente que realmente tem TDAH carrega um
prejuízo significativo em sua vida. Portanto, o profissional deve ter o entendimento
do significado de cada sintoma, por exemplo, é fundamental verificar se a
criança não obedece as instruções dadas por não conseguir prestar atenção no
que está sendo dito ou se ela não tem interesse naquilo.
Desse modo, é preciso compreender que uma lista de sintomas
sem uma avaliação bem conduzida não significa que a criança/adolescente tenha o
transtorno. Pois, atualmente percebe-se uma “epidemia de TDAH’s”, onde as
indústrias farmacêuticas inseridas em uma sociedade capitalista lucram às custas
dos diagnósticos, que muitas vezes são rápidos e mal avaliados.
Assim, é de suma importância que os pais ou responsáveis
procurem profissionais devidamente qualificados. Eles irão conduzir uma avaliação
com cautela, que não colocará apenas rótulos nas pessoas para que elas o carreguem
no resto de suas vidas.
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Imagem: Extraída do Google Imagens
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Sobre as autoras
Psicóloga (CRP 09/9789) pela Pontifícia Universidade
Católica de Goiás (Brasil), com ênfase na formação em psicologia escolar.
Possui formação em “ferramentas para pensar” pelo Programa Aprender a Pensar
(uma instituição da PUC Goiás especializada em infância, adolescência,
juventude e família). Cursa especialização em Psicologia Clínica pela Sociedade
Goiana de Psicodrama (SOGEP). Atualmente é psicóloga infantil pelo Programa
Desenvolver e Conselheira da Rede Goiana de Psicologia.
Psicóloga (CRP 09/9498) pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás
(Brasil), com ênfase em Psicologia Escolar. Atuou como estagiária no
CEJA-Ensino de Jovens e Adultos e no IFG-Instituto Federal de Goiânia,
trabalhando com psicologia escolar e educacional. Atualmente é Psicóloga
Clínica do Programa Desenvolver e cursa especialização em Psicodrama
Psicoterápico
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